Nasceu à
25 de maio de 1880 e faleceu aos 11 de junho de 1959. Sinhá moça do
oiteiro, menina de engenho sonoro, coméia de escravos sem troncos e sem
chibata, labuta dos citos sem lágrimas. Última sobrevivente da
aristocracia rural de Ceará-Mirim sempre demonstrou um espírito fidalgo,
irmã das escravas e senhora das amigas. Para todos nós, era uma
valorização feminina, valorizava o sexo pela graça, pela malícia, pela
finura, pela elevação da conduta vivida, em linha reta erguendo a mão
para abençoar e baixando-a para escrever. Escreveu o primeiro livro de
memória feminina do norte brasileiro “Oiteiro”, onde reviveu o passado
trazendo-o a fixação presente pelo irreversível impulso de alegria
sonora e rica como um guiso de ouro cristal. Não envelheceu para
entristecer-se para anoitecer os dias contemporâneos, apenas a vida,
tornou-se a mais experiente, mas vibrante, recobrindo de intenção notiva
as causas que tinham desaparecido. Deus lhe deu a varinha de condão de
“Maria Borralheira”, transformava em música cantigas, festas coloridas
de crepúsculo e reais e noites de luar sideral as paisagens sumidas e
pobres. Tudo era possível voltar a viver quando ela queria evocar.
Quando não podia mais andar, sentou-se na cadeira como uma rainha no trono para aceitar a servidão jubilosa de todos os seus, a família e os amigos que era todos a sua família também.
Ficou como uma roseira, flor de todo ano, não precisando mover-se para frutificar e deslocar-se para o milagre do perfume e da compreensão total.
Madalena lia muito, mas a sua cultura era uma soma de intuições surpreendentes. O livro pouco trazia de ensino, era sua vida interior que a iluminava toda, como uma lâmpada de prata derrama a transparência clareada pela amplidão informe. Morreu aos 79 anos ainda moça, muito mais moça do que suas trisnetas. Conservava a força exultante de um júbilo espontâneo e poderoso que se derramava ao derredor como uma luz cheia de benção.
Morreu pensando em escrever, escrever para perpetuar sua terra e sua gente num ambiente de ternura, de bondade, de cores leves e românticas do amanhecer de noivado.
A vida não conseguiu decepcioná-la, torturou-a, mas não a venceu. Madalena estava por cima do tempo, da vida, das tempestades que sacodem aqueles que andam arrastados nos caminhos do mundo. Ela voava livre de todas as leis da gravidade, no tapete mágico dos sonhos tendo na mão fina e nobre, a lâmpada de Aladim.
Só sabia escrever evocando, matando a morte pela saudade, enchendo o horizonte de versos, de anseios, de lembranças, de pensamentos idos e vividos, bailantes, intermináveis, incessantes como pirilampos.
Cascudo afirmou: Não posso vê-la, pela primeira vez imóvel e silenciosa, os olhos claros apagados e a voz sem as águas vivas da comunidade criadora. Voltando para o céu, deixo-nos a última alegria viva, familiar e linda em sua legitima telúrica, da terra do vale do Ceará-Mirim.
Quando não podia mais andar, sentou-se na cadeira como uma rainha no trono para aceitar a servidão jubilosa de todos os seus, a família e os amigos que era todos a sua família também.
Ficou como uma roseira, flor de todo ano, não precisando mover-se para frutificar e deslocar-se para o milagre do perfume e da compreensão total.
Madalena lia muito, mas a sua cultura era uma soma de intuições surpreendentes. O livro pouco trazia de ensino, era sua vida interior que a iluminava toda, como uma lâmpada de prata derrama a transparência clareada pela amplidão informe. Morreu aos 79 anos ainda moça, muito mais moça do que suas trisnetas. Conservava a força exultante de um júbilo espontâneo e poderoso que se derramava ao derredor como uma luz cheia de benção.
Morreu pensando em escrever, escrever para perpetuar sua terra e sua gente num ambiente de ternura, de bondade, de cores leves e românticas do amanhecer de noivado.
A vida não conseguiu decepcioná-la, torturou-a, mas não a venceu. Madalena estava por cima do tempo, da vida, das tempestades que sacodem aqueles que andam arrastados nos caminhos do mundo. Ela voava livre de todas as leis da gravidade, no tapete mágico dos sonhos tendo na mão fina e nobre, a lâmpada de Aladim.
Só sabia escrever evocando, matando a morte pela saudade, enchendo o horizonte de versos, de anseios, de lembranças, de pensamentos idos e vividos, bailantes, intermináveis, incessantes como pirilampos.
Cascudo afirmou: Não posso vê-la, pela primeira vez imóvel e silenciosa, os olhos claros apagados e a voz sem as águas vivas da comunidade criadora. Voltando para o céu, deixo-nos a última alegria viva, familiar e linda em sua legitima telúrica, da terra do vale do Ceará-Mirim.
FONTE - CEARA MIRIM CULTURA E ARTE
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